quinta-feira, novembro 30, 2006

Intradiálogos


A imagem de Rodin, chamada de "O Pensador" (Le Penseur), na verdade não é bem isso. Originalmente, faz parte da obra que ilustra o "Divina Comédia" de Dante e, na verdade, é apenas um poeta que está olhando para o inferno.

Mas ilustra bem outra coisa: o poder das histórias. No caso, as pessoas passaram a contar a história de que era uma pessoa pensando e isso tão marcante que simplesmente alterou a obra.

De qualquer forma, o que eu queria transmitir com a imagem é algo que cabe em ambos: o diálogo que temos com nós mesmos.

Para se convencerem de alguma coisa, as pessoas SE contam histórias.

Nesse sentido, o poder persuaviso das histórias é imbatível, é o recurso máximo de argumentação e persuasão!

Quando alguém fica dúvida sobre qualquer coisa, ela vira o juiz que vai ouvir os argumentos do "anjinho" e do "diabinho" para poder dar o veredito.

Agora, o engraçado é quando mesmo que "um lado vença o debate", o "juiz" ainda pode interferir. Ou seja, mesmo sabendo que seria melhor optar por um caminho, ele escolhe outro. Os motivos podem ser os mais diversos: da preguiça ao medo, mas geralmente o problema seria sair da zona de conforto.

Pra justificar isso, começar as histórias. Exemplos...

"Não dá pra emagrecer trabalhando 15 horas por dia, tendo que ficar comendo porcaria o tempo todo e sentado na frente do computador... Mas isso é temporário. É um investimento que estou fazendo agora pra depois ganhar dinheiro e aí sim cuidar de mim."

"Meu emprego não é aquilo que eu queria. Mas também não tenho outra opção. Tenho filhos, família, cachorro, papagaio, contas, lavanderia, pressão da sociedade, contador, que ajudar o governo...... Vou ficar aqui mais um pouco enquanto procuro algo melhor."

Em suma, histórias são armas. Se não forem bem utilizadas, podem ser usadas contra você. O segredo é saber usar. Olha só:

"Tive uma idéia! Vou fazer como aquele meu amigo que ao invés de enrolar 2 horas de almoço, aproveita pra ir à academia..."

"Eu já fiz isso antes: saí, corri, consegui. Vou me esforçar o dobro, vou atrás do que acredito, vou dar orgulho não só à minha mãe, mas ao lema da cidade de São Paulo!"

Bem melhor, não?

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